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A dança louca

Bateira a vela

Como os movimentos se parecem?
Como eles realmente são?

Taí uma coisa que gera bastante confusão. Quando algo parece ir numa certa direção, esperamos, especulamos, sobre onde aquela reta vai dar, no futuro, em nosso gráfico. E enquanto um fato novo não aparece, não paramos de tentar adivinhar o que virá. Ainda mais hoje, quando esse tagarelar viraliza e quando a incerteza e a especulação produzem lucros aos que detém as rédeas do jogo.

No entanto, as nossas projeções no futuro geralmente falham por não levarem em conta outros elementos de forte atuação no conjunto de forças que compõe esse porvir.

Isso me lembra quando tive uma pequena bateira, um barco de pesca simples, a vela. Cedo descobri que o barco não iria me levar para onde a proa apontava, mas sim para um local onde o conjunto das forças atuantes me levasse, a saber, a força e direção do vento, a correnteza existente, o quanto do vento impelirá o barco para a frente, o quanto o arrastará para o lado. Com o tempo aprendemos para onde apontar a proa, de modo que o barco chegue ao destino pretendido, observando as forças em ação e seu resultado na trajetória seguida.

Observando o Universo, todas as linhas são curvas. Qualquer objeto segue uma curva, que tende a criar uma órbita em torno de algum objeto maior, objeto este que também se move. Esse movimento, se observado de uma certa distância, descreve uma elipse espiral. Assim, tomando um objeto em um determinado momento, podemos traçar retas tangentes projetando um futuro especulativo, porém o verdadeiro movimento não está em cada ponto da curva e suas probabilidades, mas na observação de qual direção a trajetória espiral tem.

Os acontecimentos históricos, por exemplo, quando olhado no calor do aqui e agora, tendem a nos dar uma ideia falsa do futuro, pois para quem olha de dentro, as ações são antagônicas e extremadas. Mais ou menos na visão de Hegel, onde cada tese gera uma antítese, síntese, sendo que isso acontece tudo junto e misturado. A tese agora pode ser uma síntese, de coisas que vieram antes. As forças atuam umas contra as outras, derivando numa direção nova, não exatamente a esperada por ninguém.

Para compreender isso é preciso um distanciamento e a observação por um período de tempo mais longo. A reflexão sobre essa observação pode nos levar a um entendimento maior sobre o que está acontecendo e quais forças atuam. Contudo, refletir, não parece estar no rol das práticas mais comuns entre os seres humanos nos dias de hoje…

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